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terça-feira, maio 11, 2010

Amizade eterna que uniu cão ao túmulo de sua dona no cemitério em Juazeiro do Norte-CE teve fim no início dessa semana

Relembre o Caso:
Um fato extremamente curioso vem chamando a atenção no Cemitério do Socorro em Juazeiro do Norte-CE. Desde que Francisca Teles de Oliveira faleceu e ali foi sepultada, o seu cachorro jamais abandonou o jazigo da dona. É a verdadeira expressão de uma amizade eterna construída na relação do dia a dia entre ser humano e animal. Na tarde do dia 5 de março, em uma das ruas do bairro Romeirão, o vai e vem dos parentes e amigos anunciavam a morte de Dona Francisca.

Em um canto de parede e olhando o entra e sai das pessoas no imóvel, o animal parecia entender tudo que se passava ao derredor e já não conseguia esconder a tristeza. O sentimento de separação com a partida da mulher não era nutrido pelo cachorro. É como se tivesse havido juras de uma união eterna entre os dois e o cão estava disposto a cumprir, pois "os brutos também amam" como cantou Agnaldo Timóteo em uma de suas canções.

Já Dona Francisca nunca escondeu a crença de que "o cão é o melhor amigo do homem". Por isso, ali se manteve ao lado do caixão. Quando este foi coberto e retirado da sala, o animal se levantou e saiu acompanhando o cortejo para surpresa de todos pela enorme demonstração de fidelidade à sua dona. O cão acompanhou a missa de corpo presente na capela mortuária do Cemitério do Socorro e foi ver o sepultamento sempre com o olhar atento a tudo, mas sem o mesmo brilho de antes.

Alguns já se retiravam do local, enquanto os coveiros atiravam a última pá de terra e depositava sobre o túmulo uma coroa de flores. Surpresa maior foi à permanência do animal, o único que não se retirou e permanece até hoje quase dois meses depois. De lá para cá um só ritual. Durante a manhã inteira, o cachorro fica deitado ao lado do túmulo da sua melhor amiga sem os afagos de antes, mas, talvez, a crença de que ainda os terão.

Quando o sol esquenta, ele sai um pouco em busca de sombra na capela mortuária. Quem mora perto já sentiu o sofrimento daquele cão que abriu mão de um lar e optou por morar no cemitério. As pessoas, comovidas com a situação, oferecem água e alimentos e até já o rebatizaram dando-lhe o nome de "Poró". Sentindo a temperatura baixar e já estando alimentado, é hora de voltar para pertinho da sua dona e assim o faz para ali deitar e sentir o calor como se fora de Dona Francisca.

Da proximidade com o jazigo não sai mais e fica a noite inteira "dividindo" com a dona a temperatura amena e o silêncio da madrugada que invade o campo santo. O diretor do cemitério, Mailson de Souza, chama a atenção ainda para o fato do animal sempre se aproximar dos caixões que chegam à capela para sepultamento. Ele se aproxima, cheira e retorna para o seu lugar de origem.

As pessoas que moram perto aproveitaram a reportagem do Site Miséria para dirigir um apelo no sentido de que a carrocinha do Centro de Zoonoses jamais leve o animal das imediações do túmulo local que escolheu para viver até a morte pertinho de Dona Francisca. Afinal, ele ganhou um novo nome, descobriu gente solidária, recebe alimentos e água, mas não quer um novo dono, pois será eternamente da mulher que ali está sepultada.

O triste Fim
Na tarde desta segunda-feira (10), o vai e vem das pessoas que o cachorrinho Toró ficava apenas observando dentro do cemitério, foi diferente. Ele deixou de velar o túmulo de sua ex-proprietária, Francisca Teles de Oliveira, de onde foi arrancado por uma delas por volta das 15h00min. O animal tinha que ser sacrificado em nome da saúde pública, pois o exame de calazar feito no cachorro deu positivo. Nesses 65 dias de vigília ao túmulo, Toró ganhou a solidariedade popular dos que levavam água e alimentos.

Entretanto, o cãozinho também soube ser solidário na hora em que "aceitou" morrer para não contaminar e ser o motivador de mortes de outros animais e seres humanos. Toró protagonizou gestos numa verdadeira expressão de amizade eterna desde a tristeza no velório, o acompanhamento ao cortejo pelas ruas entre o Bairro Romeirão e o Cemitério do Socorro e a observância atenta ao sepultamento logo após a missa de corpo presente durante a qual permaneceu de pé o tempo todo.

Quando o Site Miséria descobriu e noticiou esse fato, gerou a ida de canais de TV e jornais ao cemitério para mostrar imagens do cão deitado ao lado do túmulo de sua dona. No Site foi uma das matérias mais acessadas das últimas semanas com quase 100 comentários. Uma história bonita que chegou ao fim se não considerarmos o reencontro dos dois. A divulgação do fato atraiu ao cemitério uma equipe da APROVI (Associação de Proteção a Vida) com sede em Crato-CE.

Os membros da entidade foram ver de perto e decidiram levar Toró para um banho e cuidados em uma clínica veterinária de Juazeiro do Norte-Ce. Só não esperavam que o resultado do exame de sangue feito no animal viesse apontar mais um caso de leishmaniose. A própria veterinária, Tarcíla Pereira, mandou uma equipe ao cemitério recolher o animal diante da necessidade de sacrificá-lo. A saída dele nos braços do pessoal foi emocionante e algumas pessoas não se contiveram de emoção e choraram.

Segundo o diretor do cemitério, Mailson de Souza, a veterinária admitiu a possibilidade de o animal ter contraído a doença no próprio campo santo, onde há uma população em torno de 200 gatos. Como não fazia planos de sair do local, o cachorro foi acometido do mal diante da sua decisão em permanecer sempre ao lado do jazigo sem se importar se chovia ou fazia sol, se tinha alimento ou não. Muitos menos para os que lhe atiravam pedras, pois o que valia para ele era o "aconchego" de sua dona mesmo inerte naquele túmulo.
Fonte: Portal Miséria

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