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quinta-feira, outubro 22, 2009

Cabo que prendeu o presidente Lula nos anos 80 se aposenta

Foto: Arquivo
O cabo Gilmar Lino de Araújo, da Polícia Militar de Minas Gerais, que na década de 1980 prendeu o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, em Belo Horizonte, foi homenageado na quarta-feira pelos seus 30 anos de trabalho no Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). Em reunião no auditório do batalhão, foi apresentado um vídeo contando a trajetória do policial, que é o único militar que prestou serviço por tanto tempo no Rotam e passou para a reserva. Emocionado pelas homenagens, o cabo falou sobre a satisfação do trabalho no batalhão, que faz parte do sistema de policiamento especializado da PM. Ele comentou sobre a ação policial inusitada de sua vida, quando prendeu o líder sindicalista que depois de duas décadas viria a ser eleito presidente da República. “Essa é uma passagem de minha atuação policial que fica de exemplo para os novos militares. A ação policial deve ser feita com base na razão, e não com o coração. A pessoa que hoje está sendo presa, seja em qual condição, merece o total respeito aos seus direitos. Quando me lembro daquele dia, não há do que me arrepender, pois acatei uma ordem dentro do estrito cumprimento do dever legal”, afirma Gilmar, que garante ter votado em Lula nos dois mandatos.

O cabo recorda de detalhes da ação, ocorrida em 1983, de cujo mês não se lembra. “Era uma assembléia, na Praça da Rodoviária, de trabalhadores do setor metalúrgico de BH que contavam com apoio dos sindicalistas do ABC Paulista e Contagem. Eu e minha guarnição fomos orientados a ficar próximos ao carro de som. Caso fosse deflagrada a greve e se iniciasse um tumulto, deveríamos prender os líderes da massa”, contou.

Araújo acredita que a ordem foi dada pelo temor de que o movimento dos metalúrgicos tomasse o rumo da manifestação dos operários da construção civil, ocorrida em agosto de 1979, quando grupos revoltosos promoveram uma quebradeira na área central de BH, com invasão de lojas e bancos. Na época, a polícia foi surpreendida pelo ataque, que até então não havia acontecido nos movimentos grevistas que começavam a se espalhar pelo país.

“Tão logo começou um tumulto, com alguns manifestantes tentando invadir a loja da Mesbla, pegamos o Lula, que era presidente do sindicato paulista, e mais dois líderes sindicais de Contagem e os colocamos na parte de trás da viatura. A ordem era ficar circulando com eles até que a tropa de choque dispersasse os manifestantes. A todo o momento, eles perguntavam se podia telefonar para seus familiares e para onde seriam levados. Acho que pensavam que seriam executados. Horas depois, o comando mandou que seguissem com os presos para o Departamento de Ordem Política e Social (Dops).”Gilmar Araújo já esteve próximo do presidente Luiz Inácio durante visita dele no primeiro semestre deste ano em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Dessa vez fazia parte do esquema de segurança para proteger Lula. “Não cheguei a falar com ele e nem falaria sobre o episódio passado. Mas, se diante dele fosse questionado sobre a ação, diria que infelizmente foram ossos do ofício. Não tenho do que me arrepender”, justificou.

O militar comenta que já ouviu o presidente se lembrando do episódio de sua prisão em algumas entrevistas. Ele espera que de alguma forma tenha sido parte positiva da história de Lula, a quem definiu como um excelente governante.
Fonte: Blog da Renata

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